segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Usem camisinha, o Brasil vive a maior epidemia de sífilis dos últimos tempos



Casos de sífilis voltam a aumentar e já considerado epidemia no Brasil, com um aumento de 32,7% no Brasil no período de 2014 a 2015.
Doença tem tratamento, mas pode provocar sintomas graves se não for controlada.
Segundo especialistas, a atual epidemia tem causas multifatoriais, como a falta de medicamentos, a baixa qualidade dos exames pré-natal e a falta de uso de preservativos nas relações sexuais.
Sífilis é uma infecção bacteriana, geralmente transmitida por contato sexual, que começa com uma lesão indolor.
A sífilis desenvolve-se em estágios, e os sintomas variam conforme cada estágio.
Os primeiros estágios apresentam feridas indolores nas genitais, no reto ou na boca. Depois que as primeiras feridas saram, o segundo estágio é caracterizado por erupções cutâneas. Em seguida, os sintomas desaparecem até o estágio final, que pode aparecer anos depois. Este estágio final pode causar danos ao cérebro, nervos, olhos ou coração.

A sífilis é tratada com penicilina. Os parceiros sexuais também devem se tratar.
De acordo com IBGE houve uma queda no uso de preservativos por adolescentes 33,8% dos jovens não usam a camisinha na relação sexual.
O uso do preservativo começou a se intensificar após a descoberta do vírus HIV, na década de 1980. Neste período o HIV era considerado fatal. Com o aumento da prevenção, a sífilis se tornou uma doença cada vez mais incomum no Brasil e no mundo. A partir dos anos 2000, novos tratamentos para a AIDS começaram a surgir e a população passou a se preocupar menos com o uso de preservativos. A partir dos últimos cinco anos, o número de casos voltou a subir. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia, os brasileiros de 13 a 15 anos são os que menos se protegem na hora da relação sexual.
A diminuição do uso do preservativo não acontece apenas no Brasil. Ela é uma tendência global e está causando o reaparecimento de antigas DSTs nos Estados Unidos e na Europa.
Além da mudança comportamental da população, outro fator que contribuiu para a atual epidemia de sífilis é o desabastecimento da penicilina benzatina do mercado. Esse antibiótico é essencial para o tratamento de sífilis e está em falta em muitos postos de saúde e hospitais públicos. Em janeiro, um levantamento feito pelo Ministério da Saúde apontou que 60,7% dos estados brasileiros relatavam desabastecimento de penicilina. Essa situação dificulta o tratamento de infectados. Também faltam recursos para o diagnóstico da doença, feito por exames laboratoriais.
Há ainda mais um fator para preocupação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que três das DSTs mais comuns estão ficando intratáveis: sífilis, clamídia e gonorreia. O problema é o uso inadequado e exagerado de medicamentos. As bactérias responsáveis por essas doenças estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos utilizados no tratamento. A OMS recomenda uma mudança nos tratamentos para essas doenças, como o uso do antibiótico certo para cada caso e em doses mais controladas do que se tem usado até agora.


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